Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente. CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques. Scientiae Studia, São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado).
Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em
oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia.
Essa alternativa está incorreta. A ciência moderna não se propõe a "oferecer a última palavra acerca das coisas" nem a substituir totalmente a filosofia. Embora a ciência ganhe preeminência no entendimento do mundo natural, a filosofia continua a abordar questões que a ciência, por sua natureza empírica, não pode resolver, como questões éticas e metafísicas.
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expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes.
Essa alternativa está incorreta. A investigação científica moderna, como proposta por Descartes e Bacon, não tem como objetivo "expor a essência da verdade" no sentido de alcançar uma compreensão final e inequívoca. A ciência é um processo em contínuo desenvolvimento e revisão, e não busca "resolver definitivamente as disputas teóricas". Ao contrário, as disputas fazem parte da evolução científica, impulsionando novos questionamentos e descobertas.
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ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso.
Essa alternativa está correta. Na modernidade, especialmente no projeto iluminista, a ciência passa a ser vista como a expressão máxima da razão humana, um modelo de racionalidade que outras áreas deveriam seguir para alcançar o progresso. A ideia é que, ao aplicar a razão de forma sistemática, seria possível entender e dominar a natureza, promovendo assim a libertação e o progresso humano.
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explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos.
Essa alternativa está incorreta. Embora a ciência moderna explique a dinâmica dos fenômenos naturais, não é seu objetivo primário "impor limites aos debates acadêmicos". Pelo contrário, a ciência estimula o debate contínuo e a revisão de teorias, sendo um campo que avança através de questionamentos constantes e troca de ideias.
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explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos.
Essa alternativa está incorreta. Enquanto que a ciência busca explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza, ela não tem o propósito de "eliminar os discursos éticos e religiosos". Embora o iluminismo promovesse uma visão mais secular, a ciência e a religião ocuparam e ainda ocupam papéis diferentes na sociedade, e a ciência não foi proposta como um substituto para discursos éticos e religiosos.
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Francis Bacon (1561 – 1626) filósofo, escritor e político Inglês considerado um dos grandes precursores do método moderno de pesquisa científico afirmou: “Os ídolos e noções falsas que ora ocupam o intelecto humano e nele se acham implantados não somente o obstruem a ponto de ser difícil o acesso da verdade, como, mesmo depois de seu pórtico logrado e descerrado, poderão ressurgir como obstáculo à própria instauração das ciências, a não ser que os homens, já precavidos contra eles, se cuidem o mais que possam”. BACON, Francis. “Novum Organum” (versão eletrônica) XXXVIII . Disponível em: www.psb40.org.br/bib/b12.pdf Acesso em 20 de maio de 2015.
Segundo Bacon, “são de quatro gêneros os ídolos que bloqueiam a mente humana”, qual item abaixo não corresponde ao pensamento do filósofo:
Ídolos do direito – as opiniões que se formam em nós por meio de decretos e leis que não podem ser questionados.
Esta alternativa está incorreta de acordo com Bacon. Ele não menciona "Ídolos do Direito" em sua classificação. Em suas quatro categorias de ídolos, Bacon não menciona a influência de leis e decretos como um bloqueio ao entendimento humano. Esta alternativa foi inventada e, portanto, não corresponde ao pensamento baconiano.
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Ídolo da caverna – as opiniões que se formam em nós por erros e defeitos de nossos órgãos dos sentidos.
Esta alternativa está incorreta. Bacon fala sobre o "Ídolo da Caverna" que, diferente do que a alternativa diz, refere-se aos preconceitos individuais, às distorções de percepção que cada ser humano tem em função de suas experiências pessoais, educação e ambiente no qual vive, e não propriamente a erros de nossos órgãos dos sentidos.
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Ídolos do teatro – as opiniões que se formam em nós em decorrência dos poderes das autoridades que nos impõem seus pontos de vista.
A alternativa está incorreta. Bacon fala de "Ídolos do Teatro", que dizem respeito a falsas crenças derivadas de teorias e tradições filosóficas que são aceitas sem questionamento. Elas são vistas como peças de teatro, que representam percepções errôneas da realidade apoiadas por teorias fictícias ou falsas crenças aceitas culturalmente, não necessariamente pela autoridade.
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Ídolo da tribo – as opiniões que se formam em nós, por sermos da espécie humana, ou seja, em decorrência da natureza humana.
Esta alternativa está correta em relação ao pensamento de Bacon. O "Ídolo da Tribo" refere-se aos erros inerentes a toda a raça humana. Bacon acreditava que nossa natureza humana influencia nossa percepção da realidade, levando-nos a formular opiniões e preconceitos que podem obstruir nosso entendimento verdadeiro das coisas.
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Ídolos do fórum – as opiniões que se formam em nós como consequência da linguagem e de nossas relações com os outros.
Esta alternativa está correta. "Ídolos do Fórum", no pensamento de Bacon, referem-se aos equívocos que surgem do uso e abuso da linguagem, bem como das interações sociais. As palavras muitas vezes distorcem a realidade, conduzindo a mal-entendidos e falsos raciocínios nas discussões racionais.
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Para Francis Bacon, os ídolos da tribo, que “têm sua origem na uniformidade da substância espiritual do homem, ou nos seus preconceitos, ou bem nas suas limitações, ou na sua contínua instabilidade; ou ainda na interferência dos sentimentos ou na incompetência dos sentidos ou no modo de receber impressões” (Novum Organum, aforismo LII), são um dentre os quatro tipos de obstáculos que dificultam o acesso à verdade.
Sobre os ídolos da tribo, na concepção de Bacon, é CORRETO afirmar que
são invariavelmente inerentes à natureza humana.
Essa alternativa está correta. Bacon descreve os "ídolos da tribo" como erros de julgamento que decorrem das limitações comuns a todos os seres humanos. Eles são parte da natureza humana, refletindo a tendência de interpretar a realidade de acordo com preconceitos universais e falácias naturais à nossa condição. Dessa forma, eles são invariavelmente inerentes à natureza humana, pois derivam de características fundamentais do nosso modo de pensar e perceber o mundo.
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são oriundos dos preconceitos adquiridos na formação de cada ser humano.
Esta alternativa está incorreta. Embora Francis Bacon reconheça que os preconceitos possam ser um obstáculo ao conhecimento, os "ídolos da tribo" especificamente não estão associados aos preconceitos adquiridos durante a formação individual. Esses ídolos são generalizações ou erros de raciocínio que são comuns a toda a humanidade, e não apenas a determinados indivíduos. Eles dizem respeito à percepção humana e a tendências gerais de falha na nossa cognição.
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inexistem em regimes democráticos estáveis.
Essa afirmação está incorreta. Os "ídolos da tribo" de Bacon não são relacionados a sistemas políticos ou formas de governo específicos. Eles são obstáculos ao conhecimento que surgem das limitações inerentes à condição humana, uma vez que todos os seres humanos compartilham determinadas características psicológicas e cognitivas. Portanto, eles existem em todas as sociedades, independentemente de quão estável ou democrática seja.
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são minorados em comunidades onde impera o pluralismo religioso.
Esta afirmação está incorreta. A concepção de Bacon dos "ídolos da tribo" não está relacionada ao pluralismo religioso ou à unanimidade em uma comunidade. Esses ídolos são inerentes à natureza humana e não são removidos ou significativamente atenuados por um ambiente pluralista. Eles não têm a ver com a diversidade ou uniformidade de crenças, mas sim com as limitações cognitivas e emocionais inerentes a todos os seres humanos.
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sempre estão ligados ao fanatismo religioso.
A alternativa está incorreta porque os "ídolos da tribo" não estão necessariamente ligados ao fanatismo religioso. Bacon fala sobre eles como erros que todos os seres humanos cometem devido à sua natureza comum, e não são causados por convicções religiosas ou fanatismo. Embora a religião e o fanatismo possam criar preconceitos, isso se relacionaria mais aos "ídolos do teatro" ou "ídolos da caverna" no esquema de Bacon, que são mais específicos, enquanto os "ídolos da tribo" são universais.
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No seu Ensaio Novum Organum, o filósofo inglês Francis Bacon escreveu:
“Nosso método é, tão fácil de ser apresentado quanto difícil de se aplicar. Consiste no estabelecer os graus da certeza, determinar o alcance exato dos sentidos e rejeitar, na maior parte dos casos, o labor da mente, calcado muito de perto sobre aqueles, abrindo e promovendo, assim, a nova e certa via da mente, que de resto, provém das próprias percepções sensíveis.” A partir da leitura desse texto e do que você estudou sobre o problema do conhecimento, está correto dizer que
I – Bacon coincide com Descartes, ao afirmar que possuímos conhecimentos inatos que são necessariamente verdadeiros.
II – para Bacon o erro está nos sentidos e não na mente que julga sobre a informação que eles nos dão.
III – a posição de Bacon coincide com a de Locke ao afirmar que a certeza só pode provir das percepções sensíveis.
IV – Bacon pode ser considerado um filósofo empirista.
V – para Bacon a consulta aos escritos dos filósofos do passado nos conduz a resolver com certeza a maioria das questões de Filosofia.
Assinale a alternativa correta.
Todas as afirmativas estão corretas.
Esta alternativa está incorreta. Nem todas as afirmativas estão corretas. Afirmativa I está errada porque Bacon discorda de Descartes ao rejeitar a ideia de conhecimentos inatos, pois enquanto Descartes acreditava na existência de ideias inatas, Bacon buscava conhecimento através da observação e da experimentação empírica. Afirmativa V também está incorreta, já que Bacon, ao contrário de sugerir buscar conhecimentos no passado, incentivava o questionamento e exame da natureza pela própria observação e experiência, ao invés de confiar cegamente nos escritos dos antigos.
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Todas as afirmativas estão incorretas.
Esta alternativa está incorreta. Não todas as afirmativas estão incorretas. Na verdade, as afirmativas III e IV estão corretas. A III está certa porque Bacon de fato defendia que o conhecimento começa com a experiência sensorial. Quanto à IV, está correta ao classificar Bacon como empirista, visto que ele é um dos fundadores do empirismo, sustentando que o conhecimento deriva das percepções sensíveis.
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Somente a afirmativa V está correta.
Esta alternativa está incorreta. A afirmativa V não está correta. Bacon acreditava mais no conhecimento derivado da experiência direta do que na autoridade dos filósofos antigos. Ele considerava que o verdadeiro conhecimento não viria de livros ou escritos do passado, mas da observação cuidadosa da natureza e da experimentação, o que rejeita a ideia expressa na afirmativa V.
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Somente a afirmativa II está correta.
Esta alternativa está incorreta. A afirmativa II está errada porque Bacon não propunha necessariamente que o erro estivesse nos sentidos. Ele acreditava que o problema estava nos 'ídolos' ou preconceitos mentais que nos levam a interpretações equivocadas da informação sensorial. Aos olhos de Bacon, a mente frequentemente deturpa e interpreta mal a informação sensorial, mas ele não culpa exclusivamente nem os sentidos nem a mente.
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Somente as afirmativas III e IV estão corretas.
Esta alternativa está correta. A posição de Bacon realmente coincide com a de Locke pelo fato de que ambos os filósofos acreditavam que a certeza e o conhecimento vêm da experiência sensorial. Bacon, como empirista, valorizava a observação direta e o método indutivo, ou seja, partindo de dados sensoriais concretos para formulação de teorias, assim como John Locke, que também defendia a ideia de que os conhecimentos são adquiridos através das experiências sensoriais. Assim, a certeza para Bacon e Locke provém das percepções sensíveis.
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